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Quando a falta de limites em casa vira violência na escola

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Existe uma tendência perigosa em justificar tudo dizendo que “os pais estão sobrecarregados”. Isso pode ser verdade para alguns, mas não explica o comportamento de muitos. A realidade é mais crua: muitos pais educam mal porque é mais fácil. Fácil dar o celular. Fácil colocar na escolinha para “gastar energia”. Fácil comprar o videogame do momento e garantir silêncio por horas. Difícil é educar — e essa dificuldade está sendo empurrada para a escola. O que entra em casa sai na sala de aula Psicólogos do desenvolvimento como Lino de Macedo e Yves de La Taille são claros: crianças precisam de frustração, rotina, limites e convivência real para desenvolver autocontrole. Sem isso, o que vemos é o retrato de uma infância sem bússola: baixa tolerância à frustração, dificuldade de ouvir “não” impulsividade, agressividade como expressão automática. Quando a escola tenta colocar limites, vira inimiga. Quando o professor exige respeito, vira alvo. A falsa modernidade: tecnologia como babá Estudos...

A dor silenciosa de Mariana: um retrato da escola atual

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  Mariana amanhecia aos prantos todos os dias, tentando encontrar forças para  ir à escola. Era um verdadeiro martírio para ela e para seus pais. Contudo, havia razões para tamanha reação — razões que seus pais desconheciam. Todos os dias, Mariana era recebida com piadas cruéis e olhares discriminatórios por causa de sua estatura. Com aproximadamente 1,45 m de altura e já aos quinze anos de idade, era alvo constante de apelidos como “anãzinha” , “chaveirinho” e tantos outros termos depreciativos que a feriam profundamente. O ambiente escolar havia se tornado, para ela, um verdadeiro inferno. Quanto aos professores, muitos enfrentavam seus próprios dilemas diante do crescente desrespeito em sala de aula. Tentavam repreender os alunos que zombavam de Mariana, mas eram, eles mesmos, vítimas da indisciplina e da falta de limites. Tornou-se comum ver estudantes que não respeitam nem o professor, nem o espaço de aprendizado, transformando a sala de aula em um campo de batalhas i...

Latim Vulgar x Latim Clássico

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  Latim Vulgar x Latim Clássico: As Duas Faces da Língua que Deu Origem ao Português A história da língua portuguesa não pode ser compreendida sem conhecer o papel fundamental do latim . Contudo, é importante destacar que não existia apenas um latim: havia distinções entre o chamado latim clássico , língua culta da literatura e da elite romana, e o latim vulgar , usado no dia a dia pelo povo. Essa divisão foi decisiva para a formação das línguas românicas, entre elas o português. 1. O contexto histórico do latim O latim nasceu no Lácio, região da atual Itália onde se situava Roma. A partir do século VIII a.C., começou a se expandir, primeiro localmente e, depois, com o crescimento de Roma, por toda a Península Itálica. Durante a fase republicana (séculos V–I a.C.) e o início do Império Romano (século I d.C.), o latim atingiu seu auge literário, consolidando o que chamamos de latim clássico , usado por escritores como Cícero, Virgílio e Ovídio. Paralelamente, o latim vulga...

Contrações na Língua Portuguesa

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A língua portuguesa é rica, viva e, muitas vezes, desafiadora. Entre suas peculiaridades, as contrações são um dos fenômenos mais interessantes e importantes para quem deseja escrever e falar corretamente. Embora pequenas, elas têm grande impacto na fluidez da comunicação e na naturalidade da linguagem. Mas, afinal, o que são contrações? O que são contrações Chamamos de contração o encontro de duas palavras que se unem em uma só , com a supressão de algum som ou letra . Essa junção ocorre naturalmente na fala e foi incorporada à escrita, principalmente para facilitar a pronúncia e evitar repetições sonoras desagradáveis. Por exemplo: de + o = do em + a = na por + o = pelo Perceba que, ao unir as palavras, uma delas perde parte de sua estrutura, mas o significado do conjunto é mantido — ou até reforçado. As contrações são muito comuns entre preposições e artigos , pronomes pessoais , demonstrativos e advérbios . Tipos mais comuns de contração 1. Preposição + Arti...

O preço da autenticidade .

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Entre o silêncio e a solidão, escolho a liberdade de ser quem sou. Por Flávia Santosa  Foto de Lera Mk: pexells Gosto de pensar em mim como uma pessoa autêntica, livre das amarras das trocas de favores. Gosto de ser como sou: livre de não precisar manter amizades falsas com o intuito de ganhar vantagens ou apenas de ser aceita na “tribo”. Livre para fazer o que quiser, com quem quiser, quando quiser — sem a obrigação de agradar por agradar. Há quem confunda liberdade com solidão, mas não é isso. É presença. É saber estar inteira, mesmo quando ninguém está olhando. Ser livre é suportar o desconforto de não caber em certos grupos, é recusar o aplauso fácil e as alianças convenientes. A autenticidade cobra um preço alto — mas é o único caminho que me permite dormir em paz comigo mesma.

Língua, Fala e Linguagem

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  Foto de Pavel Danilyuk:/www.pexels Entendendo as diferenças A comunicação é uma das capacidades mais marcantes da humanidade. Graças a ela, compartilhamos pensamentos, sentimentos, conhecimentos e construímos relações. Mas, ao falar de comunicação, três conceitos aparecem com frequência e muitas vezes se confundem: linguagem, língua e fala . Embora interligados, cada um possui um sentido específico dentro da linguística. Neste post, vamos esclarecer essas diferenças de maneira simples, trazer exemplos do dia a dia e refletir sobre sua importância no estudo da língua portuguesa. O que é linguagem? A linguagem é a capacidade humana de se comunicar por meio de diferentes sistemas de signos, não apenas os verbais (palavras), mas também os não verbais (gestos, imagens, sons, símbolos). Isso significa que a linguagem é mais ampla que a língua. Ela engloba todas as formas de expressão que possibilitam a troca de mensagens. Quando sorrimos para alguém, estamos usando linguagem n...