Quando a falta de limites em casa vira violência na escola


Existe uma tendência perigosa em justificar tudo dizendo que “os pais estão sobrecarregados”. Isso pode ser verdade para alguns, mas não explica o comportamento de muitos. A realidade é mais crua: muitos pais educam mal porque é mais fácil.

Fácil dar o celular.

Fácil colocar na escolinha para “gastar energia”.

Fácil comprar o videogame do momento e garantir silêncio por horas.

Difícil é educar — e essa dificuldade está sendo empurrada para a escola.

O que entra em casa sai na sala de aula

Psicólogos do desenvolvimento como Lino de Macedo e Yves de La Taille são claros: crianças precisam de frustração, rotina, limites e convivência real para desenvolver autocontrole.

Sem isso, o que vemos é o retrato de uma infância sem bússola:


  • baixa tolerância à frustração,
  • dificuldade de ouvir “não”
  • impulsividade,
  • agressividade como expressão automática.


Quando a escola tenta colocar limites, vira inimiga.

Quando o professor exige respeito, vira alvo.

A falsa modernidade: tecnologia como babá

Estudos de Sherry Turkle, no MIT, mostram que crianças hiperexpostas a telas têm mais dificuldade de empatia, diálogo e autorregulação.

Não é tecnologia: é uso substitutivo da tecnologia no lugar de presença parental.

E essa ausência cobra seu preço na escola: alunos irritados, dispersos, dependentes e hostis a qualquer tipo de regra.

O papel dos pais não é negociável

Limite não é violência.

Afeto não é permissividade.

Educar não é entreter.

A escola não tem como ensinar sozinho o que deveria ser construído em casa — respeito, responsabilidade, convivência e autocontrole.


Por que sentimos que “antigamente não era assim”?

Não porque o passado era perfeito.

Mas porque:

  • havia mais convivência real;
  • havia mais presença adulta;
  • os pais não tinham medo de frustrar seus filhos;
  • limites não eram vistos como “trauma”.


Hoje, muitos pais querem ser amigos dos filhos — e deixam que a escola faça o papel que eles evitam.

O resultado é inevitável

Sem limites em casa, a escola vira campo de conflito.

Sem responsabilidade parental, a violência escolar aumenta.

Sem presença adulta, a criança cresce desorientada — e quem paga é o professor


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