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Mostrando postagens de agosto, 2025

A ilusão da perfeição

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Reflexão sobre a ilusão da perfeição e a força das diferenças. Foto de Anna Shvets: https://www.pexels.com/pt-br A verdadeira perfeição não está no ideal absoluto, mas na soma das imperfeições que nos tornam humanos. Na minha cabeça, a ideia de perfeição é uma ficção. Se eu buscar a resposta dentro das doutrinas religiosas, acabarei me machucando, pois elas mais confundem do que esclarecem. Cada uma segue seu próprio padrão inflexível. De certo modo, precisa ser assim; caso contrário, não seria uma doutrina. No campo filosófico, a perfeição também surge com conceitos diferenciados, de acordo com o pensamento de cada filósofo, cada qual sustentado por suas crenças particulares. Há, por exemplo, Descartes, que enxergava — ainda inserido em uma visão religiosa — a perfeição como um atributo divino a ser seguido, buscado ou alcançado pelo homem. Este, por sua vez, sendo um ser imperfeito. Em contrapartida, temos Nietzsche. Para ele, essa ideia fixa de perfeição castra a vida, que é feita d...

A Tirania do Fazer: O Culto à Produtividade e a Negação do Ócio

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Vivemos numa era onde estar ocupado virou símbolo de status. A agenda cheia, as tarefas acumuladas, o corpo exausto e a mente em alerta permanente passaram a ser vistos como sinais de eficiência, comprometimento e até valor pessoal. O tempo, outrora espaço de experiência e contemplação, tornou-se um campo de batalha onde cada minuto deve ser "aproveitado". Nesse cenário, o ócio — esse antigo e necessário companheiro da criação, da pausa e da escuta interna — foi expulso do vocabulário cotidiano. Substituído por produtividade, ele passou a ser confundido com preguiça, ineficiência ou fracasso. O tempo que corre (e não espera) A modernidade ocidental construiu sua lógica de tempo baseada no trabalho e na produção. O relógio de ponto, as metas, os relatórios e os prazos organizam o dia a dia não só de empresas, mas das subjetividades. Mesmo em momentos de lazer, há uma constante pressão para "produzir algo útil": aprender um novo idioma, meditar para ser mais eficie...

53 anos: a arte de se reinventar

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  Viver é uma obra inacabada. Aos 53 anos, percebo que cada escolha, cada pausa e cada renúncia foram tijolos colocados na construção de quem sou hoje. Sou reservada, mas não ausente. Leonina de essência — vaidosa, leal, intensa — aprendi que luz atrai olhares, mas também sombras. Amiga, confidente e coerente, mas seletiva com quem permito entrar no meu círculo. Mãe, esposa, amante: múltiplas faces de uma mesma mulher. Me reconheço nas contradições: ciumenta e possessiva, mas capaz de renunciar por amor aos meus pais, filhos e marido. Interrompi caminhos — Ciências Biológicas, Filosofia — para cumprir papéis que o tempo me entregou. Mas em cada desvio havia aprendizado, e em cada espera, sementes plantadas. Sou eclética: nerd de filmes, séries, animes e quadrinhos. Estudante de Letras, estagiária na educação inclusiva, educadora por vocação, blogueira e escritora por paixão. Tenho um pensamento filosófico que me acompanha como bússola. Hoje, mais do que nunca, busco minha realizaçã...