5 dúvidas gramaticais que muita gente ainda tem — e como resolvê-las de vez!

A língua portuguesa é, sem dúvidas, uma das mais ricas e complexas do mundo. Seu sistema gramatical possui inúmeras regras, muitas delas com exceções e particularidades que podem confundir até mesmo quem fala português como língua materna.

Ao longo da minha trajetória como estudante de Letras, percebi que existem algumas dúvidas gramaticais que são praticamente universais: aparecem tanto na fala quanto na escrita, em mensagens informais ou em textos acadêmicos. Pensando nisso, resolvi reunir neste post cinco das dúvidas mais comuns, explicando de forma clara e objetiva como resolvê-las.

Se você quer escrever com mais segurança, siga comigo até o final!



1. “Mau” ou “mal”?

Essa é, sem dúvida, uma das confusões mais frequentes. Ambas as palavras existem na língua portuguesa, mas seus significados são bem diferentes.

“Mau” é um adjetivo e significa o oposto de “bom”.
Exemplo:

  • Ele é um mau motorista.
    (= Ele não é um bom motorista.)

“Mal” é um advérbio e significa o oposto de “bem”.
Exemplo:

  • Ela acordou mal hoje.
    (= Ela não acordou bem.)

Dica prática: Sempre que estiver na dúvida, tente substituir por “bom” ou “bem”. Se der certo com “bom”, use “mau”; se der certo com “bem”, use “mal”.



2. “Há” ou “a” no sentido de tempo?

Outro erro clássico! A confusão aqui acontece porque a pronúncia é a mesma, mas a função gramatical é diferente.

“Há” (com H) é uma forma do verbo haver, com o sentido de existir ou indicar tempo passado.
Exemplo:

  • Moro nesta cidade cinco anos.
    (= Faz cinco anos que moro aqui.)

“A” (sem H) indica ideia de futuro ou distância.
Exemplo:

  • Daqui a cinco anos, pretendo viajar.
    (= Futuro: não aconteceu ainda.)

Dica prática: Se você puder substituir por “faz” ou “fazem”, o correto é usar “há”.



3. “Porque”, “por que”, “por quê” ou “porquê”?

Essa é uma das dúvidas mais temidas pelos estudantes e até por muitos profissionais!

“Porque” (junto, sem acento): usado para responder ou explicar.
Exemplo:

  • Não fui à festa porque estava doente.

“Por que” (separado, sem acento): usado para perguntar.
Exemplo:

  • Por que você chorou?

“Por quê” (separado, com acento): usado quando a expressão aparece no final da frase.
Exemplo:

  • Você chorou por quê?

“Porquê” (junto, com acento): é um substantivo, geralmente acompanhado de um artigo ou outro determinante.
Exemplo:

  • O porquê de sua tristeza é desconhecido.
    (= O motivo.)

Dica prática: se você puder trocar por “o motivo”, o correto é usar “porquê”.



4. “Afim” ou “a fim”?

Mais uma confusão clássica, especialmente porque na fala a diferença é quase imperceptível.

“Afim” (junto) é um adjetivo, que significa “semelhante”, “relacionado”.
Exemplo:

  • Temos interesses afins.

“A fim” (separado) é uma locução prepositiva que indica intenção ou propósito.
Exemplo:

  • Estou a fim de sair hoje.
    (= Tenho vontade.)

Dica prática: Se estiver expressando vontade ou intenção, use “a fim”. Se for indicar semelhança, use “afim”.



5. “Tem” ou “têm”?

Essa é uma dúvida de ortografia simples, mas que gera muitos erros, inclusive em textos profissionais.

“Tem” (sem acento): usado para a terceira pessoa do singular.
Exemplo:

  • Ela tem um carro novo.

“Têm” (com acento circunflexo): usado para a terceira pessoa do plural.
Exemplo:

  • Eles têm muitos compromissos.

Dica prática: Se o sujeito for plural, lembre-se do acento!



Por que dominar essas questões é importante?

Muita gente acredita que dominar essas regras gramaticais é “pedantismo” ou “perfeccionismo”, mas a verdade é que uma boa escrita é essencial para que a sua mensagem seja compreendida com clareza e profissionalismo.

Erros gramaticais podem prejudicar a sua credibilidade em:

  • Redações acadêmicas;

  • Processos seletivos;

  • Atuação como professor(a);

  • Comunicação profissional.

Além disso, entender as normas da língua não significa negar suas variações — algo que nós, estudantes de Letras, aprendemos a respeitar profundamente. A gramática normativa é apenas uma das formas de usar a linguagem, e conhecê-la nos dá mais autonomia e consciência linguística.



Gostou dessas dicas?

Se você ficou com alguma dúvida ou quer sugerir novos temas para eu abordar aqui, deixe seu comentário!
Quem sabe a sua pergunta não vira um próximo post?

Até a próxima!
E lembre-se: errar é humano, mas aprender é transformador! 

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